segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Carlos Afro em “ Prosa e Verso”


A Dança da Serpente



As mão toca o negror dos tempos,

Como um desafio às tempestades,

Aos raios e trovões.

Sua dança intimida a própria natureza,

O símbolo da leveza que decola de sua extraordinária alma afro.


Seus pés aterrizam singelos

O seio calçado da melancólica terra,

Pisa em harmonia

O cântico da vida.


Seu olhar incrédulo de sua

Própria energia magnética,

Comete intrigas estelares,

Mas assim mesmo, dança!


Sua face rígida e andróide,

Rasga a nudez da lua,

“por ser a sua mais nua”.


Sua voz ecoa dez bilhões de neurônios,

Computa os decibéis

Dos atabaques neuróticos, tudo é razão/emoção.


Seu porte agreste e tempestuoso

Corta a ação de secas, e no árido deserto de meu coração,

Vejo-o dançar... dançar...



Poesia de João Carlos para Carlos Afro

Fevereiro de 1984

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