A Dança da Serpente
As mão toca o negror dos tempos,
Como um desafio às tempestades,
Aos raios e trovões.
Sua dança intimida a própria natureza,
O símbolo da leveza que decola de sua extraordinária alma afro.
Seus pés aterrizam singelos
O seio calçado da melancólica terra,
Pisa em harmonia
O cântico da vida.
Seu olhar incrédulo de sua
Própria energia magnética,
Comete intrigas estelares,
Mas assim mesmo, dança!
Sua face rígida e andróide,
Rasga a nudez da lua,
“por ser a sua mais nua”.
Sua voz ecoa dez bilhões de neurônios,
Computa os decibéis
Dos atabaques neuróticos, tudo é razão/emoção.
Seu porte agreste e tempestuoso
Corta a ação de secas, e no árido deserto de meu coração,
Vejo-o dançar... dançar...
Poesia de João Carlos para Carlos Afro
Fevereiro de 1984
Nenhum comentário:
Postar um comentário